A estrutura do Bumba-Meu-Boi é feita de que?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lourival Batista - Carolina n08

Retrato de Lourival Batista
Lourival Batista Patriota, também chamado "Louro do Pajeú", nasceu em São José do Egito, sertão de Pernambuco, a 06 de janeiro de 1915. Foi casado com Helena Marinho, filha do grande poeta e cantador Antonio Marinho.

Passou a praticar a Cantoria de Viola e foi chamado de "rei do trocadilho". Era o mais velho de seus irmãos repentistas (dupla que improvisa sobre os mais variados temas) seus integrantes eram Dimas e o mestre Otacílio, recentemente falecido. Louro era uma surpresa para os que pensam que os cantadores nordestinos são talentos brutos (assim como nasceu), que não foram atingidos pela cultura urbana.

Os Batista, como muitos grandes violeiros, tiveram variadas leituras e cuidadosos aprendizados. Não perderam o jeito sertanes, mas fizeram versos igual os dos poetas das cidades.
Concluiu o curso ginasial em 1933, no Recife, de onde saiu com a viola nas costas, para fazer cantorias. Foi um dos mais afamados poetas populares do Nordeste e, além da cantoria, a outra única atividade que exerceu foi a de banqueiro de jogo do bicho, mas sem sucesso.

Louro morreu em São José do Egito, a 05 de dezembro de 1992.


Poesia de Lourival Batista:

Palhaço que ri e chora.

Pinta o rosto, arruma palma
d'entre os néscios e sábios
o riso aflora-lhe os lábios
a dor tortura-lhe a alma.
Suporta com toda calma
Desgosto a qualquer hora;
ama sim, mas vai embora
vive num eterno drama:
Pensa, sonha, sofre e ama
Palhaço que ri e chora.

Tem horas de desespero
quando a vida desagrada
sentindo a alma picada
tem que ir ao picadeiro.
Se ama esquece ligeiro
porque ali não demora
chagas dentro, rosas fora
guarda espinho, mostra flor
misto de alegria e dor
palhaço que ri e chora.

Se quer alguém com desvelo
deixar é martírio enorme
se vai deitar-se não dorme
se dorme tem pesadelo.
Sentindo um bloco de gelo
lhe esfriando dentro e fora
desperta, medita e chora.
Sente a fortuna distante
julga-se um judeu errante
palhaço que ri e chora.

Palhaço, tem paciência!
Da planície ao pináculo
o mundo é um espetáculo
todos nós uma assistência.
Por falta de consciência
gargalhamos sem demora
choramos a qualquer hora
sem força, coragem e fé
porque todo homem, é,
palhaço que ri e chora.

Bibliografia:
culturanordestina.blogspot.com
aolongodasjanelasmortas.blogspot.com
portaldopajeu.com
www.onordeste.com

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Literatura de cordel/ Bianca,n°5, 7B


A Literatura de cordel é um tipo de poema popular, escrito de maneira rimada, que se originou na forma oral e passou a ser escrito em pequenos livrinhos e folhetos que eram vendidos em feiras de rua, pelo próprio autor, pendurados em cordões, dando origem a seu nome, em Portugal, onde cordões são chamados de cordéis.

O cordel contem histórias folclóricas, fatos do dia-a-dia, fatos históricos, temas religiosos e outros.

Um dos aspectos comuns do cordel é que são ilustrados com xilogravuras.

O cordel é lido de uma maneira cantada.

A produção de cordel é típica da região nordeste do país, com mais empenho nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

A literatura de cordel iniciou-se com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporânea e Renascimento e foi trazida pelos portugueses para o Brasil, desde o início da colonização.

Esse tipo de literatura também podia ser encontrado na Espanha, nos séculos XVIII e XIX e falava sobre temas políticos.

No início da literatura, os cordéis continham peças de teatro escrita por escritores famosos.

As histórias do cangaceiro Lampião e o suicídio do presidente Getúlio Vargas são uns dos assuntos que tiveram mais cópias no Brasil.

Leandro Gomes de Barros e João Martins de Athayde são alguns dos principais autores do passado.

Contudo, existem muitos autores desconhecidos.

Cordel do Fogo Encantado foi uma banda importante para o cordel que se iniciou em 1999 e terminou em 2010.







http://en.wikipedia.org/wiki/Cordel_literature


Capas de Cordéis



                                    Cordeis no Cordão
Capa de um Cordel 
Até o sol Raiá
Bianca Martucci Rickheim, n° 5, 7B

Rubem Gruilo - Carolina nº 9 7B

Rubem Campos Grilo nasceu em Pouso Alegre, Minas Gerais em 1946. Antes de completar 18 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em 1969 formou-se em agronomia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. No ano seguinte, foi para Volta Redonda e frequentou, por um curto período, um curso de xilogravura, com José Altino. Em 1971, mudou-se para o Rio de Janeiro e durante dois meses cursou a Escola de Belas Artes. Na Biblioteca Nacional, Grilo conheceu a obra dos gravadores Lívio Abramo, Marcelo Grassmann e Oswaldo Goeldi. Em 1972, freqüentou, com intervalos, o ateliê de xilogravura da Escola de Belas Artes, orientado por Adir Botelho, o ateliê de Iberê Camargo, no qual aprendeu as técnicas de gravura em metal, e participou do curso de litografia com Antônio Grosso, na EAV/Parque Lage. Em 1971, realizou as primeiras xilogravuras e a partir de 1973, ilustrou os jornais "Opinião", "Movimento", "Jornal do Brasil" e "Pasquim", entre outros. No início dos anos 80, ele trabalhou para a Folha de S.Paulo e ilustrou os fascículos da coleção Retrato do Brasil. Em 1985, lançou o livro "Grilo: Xilogravuras". Em 1990, recebeu o segundo prêmio da Xylon Internacional, Suíça. Em 1999, atuou como curador geral da mostra Rio Gravura.

 Foto de Rubem Grilo
Xilogravura "Anjos"

Definição Xilogravura - Ana Flávia n°2

Sua técnica consiste em realizar impressão a partir de pedaços de madeira com desenhos em relevo. A técnica da xilogravura é extremamente antiga e de origens desconhecidas. A primeira informação acerca de sua utilização é na China no ano de 868. Chegando ao ocidente provavelmente no final do século XIV. A técnica consiste na escolha de um bloco de madeira cuja superfície fosse lisa e plana. A partir daí, com um instrumento pontiagudo, semelhante a uma faca, esculpia-se em madeira o que deveria aparecer em branco no produto final, deixando saliente o que deveria aparecer em preto, num conjunto de arestas muito finas, como se fosse o efeito contrário do alto relevo.
Para imprimir no papel a superfície da placa deveria ser coberta com tinta antes de comprimida contra o papel. O resultado final sai ao contrário da figura original.
Extremamente rudimentar, a xilogravura não tardou em popularizar-se na Europa do século XV: seu uso ia desde cartas de jogar, a estampas humorísticas vendidas em feiras populares.
Após a invenção da imprensa de tipos móveis, por Gutenberg, passou-se a combinar textos impressos a ilustrações via xilogravuras. Tornava o processo de ilustração muito mais simples e barato.
Pintores como Gauguin, utilizaram bastante a técnica. Gauguin foi um dos responsáveis pelo seu renascimento e aceitação. Hoje em dia, ainda é considerada como uma das principais técnicas de artes gráficas.

Imagem de Lampião e Mariabonita















 Capa de livros de poesia de Cordelchamada "A festa no Céu".


Fontes: 



sábado, 20 de agosto de 2011

Aldemir Martins- Ana Carolina n°1

O artista plástico Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras, no Vale do Cariri, Ceará em 8 de novembro de 1922. A sua vasta obra, importantíssima para o panorama das artes plásticas no Brasil, pela qualidade técnica e por interpretar o “ser” brasileiro, carrega a marca da paisagem e do homem do nordeste.
O talento do artista se mostrou desde os tempos de colégio, em que foi escolhido como orientador artístico da classe. Aldemir Martins serviu ao exército de 1941 a 1945, sempre desenvolvendo sua obra nas horas livres. Chegou até mesmo à curiosa patente de Cabo Pintor. Nesse tempo, freqüentou e estimulou o meio artístico no Ceará, chegando a participar da criação do Grupo ARTYS e da SCAP – Sociedade Cearense de Artistas Plásticos, junto com outros pintores, como Mário Barata, Antonio Bandeira e João Siqueira.                    
Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1946, para São Paulo. De espírito inquieto, o gosto pela experiência de viajar e conhecer outras paragens é marca do pintor, apaixonado que é pelo interior do Brasil. Em 1960/61, Aldemir Martins morou em Roma, para logo retornar ao Brasil definitivamente.
O artista participou de diversas exposições, no país e no exterior, revelando produção artística intensa e fecunda. Sua técnica passeia por várias formas de expressão, compreendendo a pintura, gravura, desenho, cerâmica e escultura em diferentes suportes. Aldemir Martins não recusa a inovação e não limita sua obra, surpreendendo pela constante experimentação: o artista trabalhou com os mais diferentes tipos de superfície, de pequenas madeiras para caixas de charuto, papéis de carta, cartões, telas de linho, de juta e tecidos variados - algumas vezes sem preparação da base de tela - até fôrmas de pizza, sem contudo perder o forte registro que faz reconhecer a sua obra ao primeiro contato do olhar.
Seus traços fortes e tons vibrantes imprimem vitalidade e força tais à sua produção que a fazem inconfundível e, mais do que isso, significativa para um povo que se percebe em suas pinturas e desenhos, sempre de forma a reelaborar suas representações. Aldemir Martins pode ser definido como um artista brasileiro por excelência. A natureza e a gente do Brasil são seus temas mais presentes, pintados e compreendidos através da intuição e da memória afetiva. Nos desenhos de cangaceiros, nos seus peixes, galos, cavalos, nas paisagens, frutas e até na sua série de gatos, transparece uma brasilidade sem culpa que extrapola o eixo temático e alcança as cores, as luzes, os traços e telas de uma cultura.
Por isso mesmo, Aldemir é sem dúvida um dos artistas mais conhecidos e mais próximos do seu povo, transitando entre o meio artístico e o leigo e quebrando barreiras que não podem mesmo limitar um artista que é a própria expressão de uma coletividade. 



Legenda da imagem: Obra de Aldemir Martins


Fonte:http://cultura.culturamix.com/arte/obras-de-aldemir-martins